terça-feira, 16 de novembro de 2010

Novas Figuras de Subjetivação

Joel Birman, psicanalista carioca e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro abordou ontem à noite (15.11) no programa "Invenção do Contemporâneo" as novas categorias subjetivas que marcam as nossas vidas.
O psicanalista usou duas categorias de fácil acessibilidade ao entendimento do que acontece no contemporâneo. A primeira foi a  PRESENÇA. O que é se apresenta aos nossos olhos na experiência subjetiva contemporânea?

1. CORPO: A apologia ao culto do corpo perfeito dá a impressão aos novos sujeitos a sensação de que sempre estamos devendo alguma coisa, isso impulsiona o sujeito a buscar sempre uma melhor performance corporal. Birman diz que na contemporaneidade a saúde é o nosso bem supremo, uma categoria cara ao filosófo Aristóteles. O crescimento das patologias psicossomáticas, onde o corpo é o teatro dos sintomas forma a gestão do corpo se torna fundamental para esse novo sujeito. Segundo o autor a Sindrome do Pânico é a doença corporal por excelência, onde podemos ser pegos pela iminência de morte como uma das prima dona do mal estar atual.

2. AÇÃO: As novas figuras contemporâneas aportam nas categorias da violência, agressividade, criminalidade e crueldade. A segunda grande prima dona é a compulsão sela ela pelo consumo de mercadorias, drogas, comida, trabalho e etc. O impulso para agir reflete o grau de angústia despertado pelo superego do sujeito.

3. SENTIMENTO: As variações de humor nas pessoas com elevados momentos de euforia e tristeza representa o caráter hiperbólico das novas psicopatologias e neste cenário a depressão é a neurose do século XXI diferente da histeria do século XX.

O autor então faz o fechamento do seu raciocínio com a categoria da AUSÊNCIA. O que está ausente no laço social contemporâneo?

1. LINGUAGEM: Segundo o autor as metáforas contemporâneas de movimento que apelam para fragmentação da vida, falta de unificação e intensidades sem controles é o reflexo da falta de mediadores simbólicos. No lugar da linguagem e da fala as pessoas agem, esse é o campo perfeito para compulsão, transtornos de humor e depressões.

Desta forma o resgate ou a manutenção da linguagem como meio de barrar os impulsos que se apresentam de forma violenta no corpo é uma estratégia saudável no processo de re-humanização do laço social.

Referência bibliográfica.

Birman, Joel (2010). Programa Invenção do Contemporâneo em 15.11.10.

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